quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Shortbus: Discitindo sexualidade de forma explícita com doçura, sinceridade e inteligência

Cefas Carvalho

Revi noite dessas um de meus filmes favoritos, Shortbus, de John Cameron Mitchell. Filme indie, rodado com baixíssimo orçamento cujo roteiro e personagens foi desenvolvido com os atores (muitos não-profissionais). Conta-se que  Mitchell abriu testes a qualquer pessoa, atores profissionais ou não. Não queria astros, porque astros não fazem sexo, diz. Pediu que os interessados mandassem fitas com o que eles achassem interessante contar. Muitos faziam confidências em vídeo, outros se masturbavam para a câmera. Uma pré-seleção chegou a 500 pessoas, depois a 40.
Criticado por conter cenas de sexo explícito (muitas envolvendo homossexualidade masculina) e proibido em alguns países e em alguns estados dos EUA, país fundamentalista, como se sabe, Shortbus trata sobre gente comum de Nova York, homens, mulheres, héteros, homos, bem casados, mal resolvidos, que tem em comum o fato de frequentaram o clube que dá título ao filme. Para mim, trata-se de um filme doce, com personagens cativantes. A pornografia, quase sempre, está nos olhos de quem vê. Claro que puritanos e gente mal-resolvida sexualmente não deve nem chegar perto deste filme.
O ponto de partida do longa é Sophia (a canadense Sook-Yin Lee), uma terapeuta de casais que nunca teve um orgasmo. Entre seus pacientes estão James (Paul Dawson) e Jamie (PH DeBoy), que mantém uma relação que se pretende aberta. Há ainda Severin (Lindsay Beamish),  dominatrix que mantém sua vida em segredo. Todos e outros personagens se encontram regularmente no Shortbus, o clube underground comandado por Justin Bond (uma espécie de mestre de cerimônias de Cabaret) onde arte, música, política e sexo se misturam. Faz-se de tudo lá, ou nada, para quem preferir.

 Li quando do lançamento do filme que Mitchell se ressentia de ter assistido, no final dos anos 90, a vários filmes que tratam o sexo com franqueza, mas ainda com uma certa carga pesada, como se opção sexual fosse um fardo. Segundo o diretor, faltava provocação e até um pouco de humor. E daí começou a nascer  Shortbus, que é um filme de celebração, como na trilogia do sexo de Pasolini ou nos filmes franceses, onde o sexo - bem resolvido ou problemático - é algo natural, tratado sem pudores. Um filme obrigatório para quem gosta de ver debates sobre sexualidade no cinema.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Animação brasileira é pré-candidata ao Oscar da categoria

Em um ano fraco de animações e nada que salte aos olhos, uma produção brasileira "Uma História de Amor e Fúria" é uma das 19 classificadas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos para concorrer a uma indicação ao Oscar de melhor animação em 2014. E com chances, diga-se. Dirigida por Luiz Bolognesi, a animação narra o amor entre Janaína (voz de Camila Pitanga) e um guerreiro indígena (voz de Selton Mello) que, ao morrer, assume a forma de um pássaro. Durante seis séculos, a história do casal sobrevive, atravessando quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o regime militar e o futuro, em 2096, quando haverá uma guerra pela água. Animações medianas como "Tá Chovendo Hambúrguer 2", "Meu Malvado Favorito 2", "Os Croods", "Reino Escondido", "Frozen: Uma Aventura Congelante" e "Universidade Monstros" também disputam as indicações. Os indicados serão anunciados no dia 16 de janeiro. O Oscar 2014 acontece no dia 2 de março de 2014, em Los Angeles.


Confira a lista dos 19 longas que disputam as indicações:

"Os Croods"
"Tá Chovendo Hambúrguer 2"
"Meu Malvado Favorito 2"
"Reino Escondido"
"Ernest et Célestine"
"Saibi"
"Bons de Bico"
"Frozen: Uma Aventura Congelante"
"Khumba"
"The Legend of Sarila"
"Momo e no tegami"
"Universidade Monstros"
"O Apóstolo"
"Aviões"
"Puella Magi Madoka Magica the Movie Part III: The Rebellion Story"
"Uma História de Amor e Fúria"
"Os Smurfs 2"
"Turbo"
"The Wind Rises"

Com informações do UOL Cinema