quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cineclube Natal realiza Mostra do Filme Cult no TCP

Tem início nesta quinta dia 29, a 8 Mostra do Filme Cult, promovida pelo Cineclube Natal. O evento deste ano traz filmes para todos os gostos e presta homenagem a Moacy Cirne. A edição deste ano da clássica Mostra do Filme Cult (aquele filme esquisito, não necessariamente bom, mas que é objeto de culto por alguma razão),vai até o dia 2 de junho (segunda-feira), sempre no TCP (Teatro de Cultura Popular). 
Em sua oitava edição, a Mostra do Filme Cult promove exibições de cinco filmes que passaram ao largo do circuito brasileiro - quando muito, exibidos com atraso ou em sessões restritas. A seleção deste ano está eclética, passeando por vários estilos cinematográficos, mas sem perder a qualidade exótica da mostra. 
Os títulos vão desde o drama intimista (Glen ou Glenda), passando por um clássico do cinema noir (A Beira do Abismo), e culminando no inusitado filme de horror (The Pig Fucking Movie), que encerra a mostra. Trata-se de mais uma oportunidade indispensável para os admiradores de um tipo de cinematografia que raras vezes pode chegar ao espectador em espaço reservado aos gêneros propostos – nesse caso, o auditório do Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (anexo da Fundação José Augusto). 
Além da comemoração do aniversário de nove anos da instituição, o Cineclube Natal também prestará homenagem ao grande Moacy Cirne, falecido no início deste ano. As exibições começam sempre às 18h30, e são seguidas por debates entre os integrantes do Cineclube e o público da mostra. A taxa de manutenção cobrada por sessão custa R$ 4.

PROGRAMAÇÃO 

29 de maio
Glen ou Glenda (Glen or Glenda), Ed Wood, 1953, EUA, drama, 68 minutos. 
Sinopse: O que leva um homem a se vestir de mulher? Ed Wood tenta responder a essa questão fazendo um filme B quase autobiográfico.

30 de maio
A Beira do Abismo (The Big Sleep), Howard Hawks, 1946, EUA, noir e mistério, 114 min.
Sinopse: Clássico filme noir com o detetive Philip Marlowe na pele de Humphrey Bogart, numa história de Raymond Chandler. Criação de personagens como só Hawks conseguiu fazer numa atmosfera sombria típica do gênero noir.

31 de maio
Madre Joana dos Anjos (Matka Joanna od aniolów), Jerzy Kawalerowicz, Polônia, 1961, drama, horror e mistério, 110 min.
Sinopse: Um padre é mandado a uma pequena paróquia no interior da Polônia que se acreditava estava sob possessão demoníaca e tem que enfrentar as suas próprias tentações.

01 de junho
A Marca do Assassino (Branded to Kill), Seijun Suzuki, 1967, Japão, drama e ação, 98 minutos.
Sinopse: É a história de Hanada, matador da Yakuza, que se torna alva da mesma Yakuza. Poética paródia dos filmes de gangsteres japoneses, inovador em seus enquadramentos, em sua fotografia e na sua montagem fragmentada. Os filmes de Suzuki influenciaram diretamente o cinema de vários diretores atuais, como Tarantino, Kar-Wai, Jarmusch e Kitano.

02 de junho
The Pig Fucking Movie (Vase de Noces), Thierry Zéno, Bélgica, 1975, horror e romance, 80 min.
Sinopse: Fazendeiro se apaixona pela porca que criava e tem porquinhos mutantes. Quando os filhotes preferem a mãe, ele enlouquece.

SERVIÇO
VIII Mostra do Filme Cult, organizada pelo Cineclube Natal
Local: Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (anexo da Fundação José Augusto, localizado à rua Jundiaí)
Horário: De 29/05 a 02/06, com sessões iniciando às 18h30
Valor: R$ 4 (manutenção da mostra)

sábado, 24 de maio de 2014

Drama turco vence Cannes; Julianne Moore e Xavier Dolan também são premiados

Ig Cinema

O filme turco "Winter Sleep", do premiado Nuri Bilge Ceylan ("Era uma Vez na Anatólia"), liderou a bolsa de apostas e ganhou a Palma de Ouro do festival de Cannes 2014, neste sábado.
"Dedico este prêmio a todos os jovens que perderam a vida ao longo do último ano", agradeceu o diretor, referindo-se aos que morreram nos protestos contra o governo em Istambul. É a segunda fez que a Turquia leva o prêmio máximo do festival - a primeira foi para "Yol - O Caminho", de Yilmaz Guney e Serif Goren, em 1982, há 32 anos. 
Com três horas e quinze minutos de duração, "Winter Sleep" conta a história de Aydin, dono de um pequeno hotel na Anatólia. Ele escreve artigos sobre a moral, a religião e a busca da felicidade para um jornal local, mas sua jovem esposa Nihal e sua irmã Necla vão lhe mostrando pouco a pouco como ele é um sujeito egocêntrico e manipulador. 
Julianne Moore venceu a Palma de melhor atriz por seu papel de uma atriz neurótica atormentada pelo jovem fantasma da mãe em "Maps to the Stars", de David Cronenberg. Moore não estava mais em Cannes para receber o prêmio.
O britânico Timothy Spall ficou com a Palma de melhor ator pelo papel do pintor embrutecido de "Mr. Turner", de Mike Leigh, sobre o grande pintor inglês precursor do impressionismo. 
O Grande Prêmio do júri, espécie de segundo lugar, ficou para "Le Maraviglie" (As Maravilhas), da italiana Alice Rohrwacher. O Prêmio do Júri, foi para o canadense "Mommy", do jovem Xavier Dolan (25 anos), o mais novo cineasta da competição. Mas o júri também deu uma menção para "Adieu au Langage", de Jean-Luc Godard, que, por sua vez, foi o cineasta mais velho entre os selecionados. O prêmio para Godard foi bastante vaiado pelos jornalistas na sala de imprensa. O pior é que o júri ignorou o pedido do próprio Godard, que declarou numa entrevista preferir não levar nenhum prêmio especial em reconhecimento da carreira.
O americano Bennet Miller (de "O Homem que Mudou o Jogo" e "Capote"), venceu o prêmio de melhor diretor por "Foxcather", que fez com que o Steve Carrell fosse cotado inclusive para o Oscar de melhor ator, pelo papel de John Du Pont, milionário que decide montar um centro de treinamento para lutadores em sua imensa propriedade na Pensilvânia e convidar para o projeto os irmãos Schultz, Mark (Channing Tatum) e Dave (Mark Ruffalo), medalhistas de vários campeonatos.
O russo "Leviathan", sobre um homem comum que perde a casa e a família após uma série de contratempos, ficou com a Palma de melhor roteiro.
Em seu último ano à frente do festival, Gilles Jacob foi ovacionado de pé quando entrou no palco para apresentar o prêmio Caméra d'Or, para o melhor filme de estreia. O prêmio foi para o francês "Party Girl", sobre uma ex-dançarina de boate aos 60 anos e sua família. Os papéis do filme são feitos pelas próprias pessoas que as inspiraram, e a protagonista é mãe de um dos diretores.
O prêmio de melhor curta ficou para "Leidi", do diretor colombiano Simón Mesa Soto. O francês "Aïssa" e o norueguês "Javi Elsker" receberam menções especiais do júri, presidido pelo diretor Abbas Kiarostami.
A cerimônia foi apresentada pelo ator francês Lambert Wilson, dos filmes da trilogia "Matrix" e "Homens e Deuses". O júri que decidiu os prêmios foi presidido pela neozelandesa Jane Campion, diretora de "O Piano", e incluía Willem Dafoe, Gael García Bernal, Sofia Coppola, Carole Bouquet, a atriz iraniana Leila Hatami ("A Separação"), o chinês Jia Zhang-Ke ("Um Toque de Pecado"), o dinamarquês Nicolas Winding Refn ("Drive") e a atriz coreana Jeon Do-Yeon.
Depois de ser ovacionado por cinco minutos no Festival de Cannes, o documentário "O Sal da Terra", sobre o fotógrafo Sebastião Salgado, foi escolhido na sexta (23) para receber o prêmio especial do júri da mostra Un Certain Regard, presidido pelo cineasta argentino Pablo Trapero. O filme tem direção do alemão Wim Wender e de Juliano Salgado, filho de Sebastião. O prêmio principal de melhor filme ficou com o húngaro "White Gods", longa que mostra ataques de cães selvagens pelas ruas de Budapeste, filmados com cães reais.
Confira a lista completa da 67ª edição do Festival de Cannes:

Palma de Ouro
"Winter Sleep" (Kis Uykusu), de Nuri Bilge Ceylan (Turquia)
Grand Prix
"Le Maraviglie", de Alice Rohrwacher (Itália)
Melhor diretor
Bennett Miller, por "Foxcatcher" (Estados Unidos)
Melhor ator
Timothy Spall, por "Mr. Turner" (Reino Unido)
Melhor atriz
Julianne Moore, por "Maps to the Stars" (Canadá)
Prêmio do júri
"Mommy", de Xavier Dolan (Canadá), e "Adieu au langage", de Jean-Luc Godard (França)
Melhor roteiro
Andrey Zvyagintsev e Oleg Negin, por Leviathan (Rússia)
Melhor curta
"Leidi", de Simón Mesa Soto (Colômbia) 
Menção do júri - Cur
"Aïssa" (França)
"Ja Vi Elsker" (Noruega)
Filme - Un Certain Regard
"White God", de Kornel Mundruczó (Alemanha/Hungria/Suécia)
Prêmio Especial do júri - Un Certain Regard
"O Sal da Terra", de Wim Wenders e Juliano Salgado (Brasil/França/Itália)
Prêmio do júri - Un Certain Regard
"Turist", de Ruben Östlund (Dinamarca/França/Noruega/Suécia)
Ator - Un Certain Regard
David Gulpilil - "Charlie's Country" (Austrália)
Conjunto - Un Certain Regard
Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis - "Party Girl" (França)

domingo, 4 de maio de 2014

Cannes 2014: Entre os concorrentes, três vencedores, Cronnenberg e Godard

Cefas Carvalho

Com algum atraso, este blog publica e comenta a lista dos concorrentes ao Festival de Cannes deste ano, que será realizado de 14 a 25 deste mês. Uma lista de possíveis grandes filmes, a exemplo das últimas edições, com nada menos que três diretores que já venceram a Palma de Ouro (Mike Leigh, Ken Loach e os irmãos Dardenne), longas de diretores consagrados (Godard, Atom Egoyan) e alguns dos queridinhos deste blogueiro como Xavier Dolan e mestre Cronnenberg. Como curiosidades, um filme da Maurtitânia e mais um longa (que já vi o ótimo trailer) de Tommy Lee Jones, um dos melhores atores da atualidade que sazonalmente dá as caras (e bem) na direção. 

Confira a lista dos selecionados:

Map to the Stars, de David Cronenberg (Canadá)
Sils Maria, de Olivier Assayas (França)
Saint Laurent, de Bertrand Bonello (França)
Kis Uykusu, de Nuri Bilge Ceylan (Turquia)
Deux Jours, Une Nuite, de Jean-Pierre e Luc Dardenne (Bélgica)
Mommy, de Xavier Dolan (Canadá)
Captives, de Atom Egoyan (Canadá)
Adeus à Linguagem, Jean-Luc Godard. (França/Suiça)
The Search, de Michel Hazanavicius (França)
The Homesman, de Tommy Lee Jones (EUA)
Futatsume no Mado, de Naomi Kawase (Japão)
Mr. Turner, de Mike Leigh (Reino Unido)
Jimmy’s Hall, de Ken Loach (Reino Unido)
Foxcatcher, de Bennett Miller (EUA)
Le Meraviglie, de Alice Rohrwacher (Itália)
Timbuktu, de Abderrahmane Sissako (Mauritânia)
Relatos Salvajes (Wild Tales), de Damian Szifron (Argentino)
Leviathan, de Andrey Zvyagintsev (Rússia)