quinta-feira, 24 de março de 2011

“Rango”: Diversão infantil com opção pelos “bichos escrotos” com humor sarcástico e citações culturais


Cefas Carvalho

Ao fim da sessão de “Rango” saí da sala 3 do Moviecom com um lago sorriso no rosto e com a lembrança de um clássico dos Titãs na cabeça: Bichos escrotos, aquela canção em que eles celebram baratas e ratos e se reportam de forma nada elegante à zebrinha listada, à oncinha pintada e ao coelhinho peludo. Explico. A animação “Rango” tem como personagem título um camaleão esquisito, que, em suas aventuras se depara com animais igualmente estranhos, como uma lagartixa chamada Feijão, toupeiras cegas, ratos e uma cascavel. Sim, nada de esquilos, pandas ou bichinhos engraçadinhos. E esta opção pelo inusitado, pelo feio mesmo, é o grande trunfo de “Rango”. Na verdade, o universo dos personagens (o deserto norte-americano) é feio, árido. Tudo isto serve como ponto de partida para o humor rápido e cinco, cheio de citações, em um roteiro que se não tem o brilhantismo dos escritos pelo pessoal da Pixar, ganha tranquilamente de roteiros como os de “Madagascar”, “Tá dando onda” e animações assemelhadas. Como esta resenha não tem como objetivo contar a história, basta dizer que tudo começa quando um camaleão de estimação com tendência para a encenação (!) cai acidentalmente numa estrada no meio do deserto. E partir daí, começa a história e a aventura do camaleão (inclusive o nome que ele se denomina, Rango). Destaco na aminação a cena de luta entre Rango e os animais da cidade contra as toupeiras auxiliadas por morcegos, com direito a rajadas de metralhadoras (citação de diversos filmes de guerra) e com “A cavalgada das Valquírias”, de Wagner, como trilha sonora (citação evidente à cena clássica de “Apocalyse Now”). Em suma: animação que é diversão garantida para as crianças e respeita a inteligência dos adultos. Dirigido por Gore Verbinski, da franquia “Piratas do Caribe”, em quem eu não apostaria uma pastilha Halls, mas que, felizmente, me fez dar o braço a torcer. A dublagem de “Rango” no orginal (dizem que excelente) é de Johnny Depp, mas isso terei de conferir em DVD, já que no Moviecom apenas a versão dublada está em cartaz. Ademais, eu estava acompanhado da filhota Ananda de 8 anos, e teria de assistir à animação dublada de qualquer maneira. A opinião dela? Adorou a animação. Programação para pais e filhos.

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