sexta-feira, 27 de abril de 2012

Robert Redford leva cinema independente dos EUA a Londres


Mike Collett-White (Reuters)

O ator e diretor Robert Redford tem como objetivo levar o espírito do cinema independente norte-americano para a Grã-Bretanha esta semana com o Sundance London, fazendo o festival de cinema que acontece anualmente em Park City, Utah, atravessar o Atlântico pela primeira vez.
O primeiro Festival de Cinema e Música Sundance London vai mostrar vários filmes e documentários de baixo orçamento como um contrapeso aos blockbusters de Hollywood, que tendem a dominar salas de cinema em todo o mundo.
O festival vai incluir as estreias britânicas de 14 longas-metragens, debates, sessões de perguntas e respostas e apresentações musicais, e acontecerá na casa de música e cinema O2, de Londres, de quinta a domingo.
Trata-se da primeira versão estrangeira do festival anual de cinema de Redford, e faz parte de sua visão de levar o cinema independente para um público mais vasto. "Eu apenas sinto que também há uma sede por outros tipos de filmes, e é isso que nós representamos", disse a estrela de 75 anos a repórteres em um lançamento à imprensa nesta quinta-feira.
"Redford contou que, como um grande membro de Hollywood, ele havia trabalhado “nos dois lados do corredor", e não tinha nada contra filmes de ação de grande orçamento.
Mas ele acrescentou:"Essa diversidade não estava tão disponível na indústria de filmes populares porque ela diminuiu e se tornou mais centralizada ao longo do tempo, seguindo o mercado jovem."
"Então, assim, foi ficando mais e mais estreita, e mais propensa a blockbusters, o que é bom ... mas não às custas, percebi, do lado humanista do cinema."
Ele teve problemas com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que causou agitação entre os cineastas e produtores recentemente ao pedir que eles se concentrassem em filmes mais populares, a fim de impulsionar a indústria de multi-bilhões de libras.
"Talvez seja por isso que ele está com problemas", brincou Redford, referindo-se a algumas semanas difíceis para o governo de coalizão que Cameron lidera. "Essa visão, eu acho, é muito estreita, e não atende a ampla categoria de cineastas e artistas."

"MÚSICA TEM UM "PAPEL ENORME"
A música vai desempenhar um papel importante no evento de Londres. A noite de abertura incluindo performances da banda pop psicodélica Guillemots e o ator e músico vencedor de Oscar Glen Hansard.
Haverá também uma performance de Rufus e Martha Wainwright após a estréia mundial do filme de Lian Lunson sobre a música da mãe deles, a cantora de folk Kate McGarrigle.
Redford reconheceu que nem sempre teve consciência da importância da trilha sonora de um filme. "Um filme que eu participei, 'Butch Cassidy', a música teve um papel enorme", disse ele sobre o filme de 1969, coestrelado por Paul Newman.
"Eu não percebi isso na época, porque eu achava que era estúpido. De repente, houve uma cena em que o cara estava cantando 'Raindrops are falling on my head' e não estava nem chovendo. Bem, quão errado eu estava?"
Redford também deve se juntar ao herdeiro do trono Príncipe Charles para a estreia de “HARMONY: A New Way of Looking at Our World" ("Harmonia: Um novo modo de olhar para o nosso mundo"), um documentário narrado pelo príncipe que explora sua campanha ambiental.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Projeto Cine Tirésias, da UFRN, exibe "Almas gêmeas" em Nalva Salão Café nesta quinta dia 26


“Almas Gêmeas” será o filme que retoma as atividades do projeto Cine Tirésias. Realizado pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Diversidade Sexual, Gênero e Direitos Humanos (Núcleo Tirésias), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o longa será o primeiro do ano a ser exibido.
O evento acontece nesta quinta-feira, 26. no Café Salão Nalva Melo, na Avenida Duque de Caxias, a partir das 19h, em Natal/RN. Após a exibição, será feito um ciclo de debates e no final do evento serão entregues certificados de participação. O longa passa na década de 1950 e conta a história de duas jovens amigas que escreviam sobre uma terra de sonhos e fantasias.
No dia 25 de maio, acontecerá a apresentação do filme “Para Wong Foo, obrigada por tudo”, que trata de uma comédia estrelada por Wesley Snipes, Patrick Swayze e John Leguizano. Os três são artistas que se perdem em numa pequena cidade e lá aproveitam por serem famosos.
O último filme do ciclo será “C.R.A.Z.Y. – Loucos de amor”, conta a história de Zac, um jovem lidando com seus emergentes sentimentos homossexuais enquanto cresce com quatro irmãos e um pai conservador no Quebec dos anos de 1960/1970.

Núcleo Tirésias
Com o objetivo de funcionar como espaço para estudos, pesquisas, intervenção e difusão de questões relacionadas à diversidade sexual, a equidade de gênero e a garantia e ampliação dos Direitos Humanos, foi fundado o Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Diversidade Sexual, Gênero e Direitos Humanos da UFRN.
Lançado em setembro de 2010, estão envolvidos no ciclo profissionais da Filosofia, História, Serviço Social, Comunicação Social, Letras e Artes, Antropologia e Sociologia.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Festival de Cannes divulga filmes da competição oficial e inclui "On the road" de Walter Sales e novos Haneke, Resnais e Cronenberg


Thiago Stivaletti

Colaboração para o UOL, de São Paulo

O Festival de Cannes anunciou nesta quinta-feira (19) os filmes que competem à Palma de Ouro entre 16 e 27 de maio. A lista inclui os novos filmes de Walter Salles, David Cronenberg, Michael Haneke, Alain Resnais, Abbas Kiarostami e Ken Loach, apenas para ficar nos pesos-pesados.
O brasileiro Walter Salles (“Central do Brasil”) compete pela terceira vez à Palma com a produção internacional “Na Estrada”, road movie inspirado no livro de Jack Kerouac e estrelado por Kirsten Dunst, Kristen Stewart e Viggo Mortensen. O filme estreia dia 15 de junho no Brasil.
Cronenberg compete com “Cosmopolis”, baseado no livro do americano Don DeLillo sobre um dia na vida de um jovem milionário (Robert Pattinson, de “Crepúsculo”) que atravessa de limusine uma Nova York em convulsão. O grande elenco internacional inclui Paul Giamatti, Samantha Morton, Mathieu Amalric e Juliette Binoche.

O austríaco Michael Haneke, vencedor da Palma em 2009 com “A Fita Branca”, apresenta “Amour”, sobre um casal octogenário que vê sua relação se abalar depois que a mulher sofre um derrame. O elenco tem Isabelle Huppert e marca o retorno de Jean-Louis Trintignant (“A Fraternidade é Vermelha”) às telas.
Prestes a completar 90 anos, o francês Alain Resnais (de “Hiroshima Mon Amour” e “Ervas Daninhas”) retorna com “Vous n’avez encore rien vu” (Você ainda não viu nada), baseado na peça “Eurídice” de Jean Anouilh. E dois anos depois de “Cópia Fiel”, o iraniano Abbas Kiarostami volta a competir com “Like Someone I Love”, rodado no Japão.
O francês Jacques Audiard, do aclamado “O Profeta”, volta a competir com o drama “De rouille et d’os” (De ferrugem e osso), drama com Marion Cottilard no elenco.
Como nos últimos anos, não há produção brasileira na competição – o único filme da América Latina é o mexicano “Post Tenebras Lux”, de Carlos Reygadas. Em relação ao ano passado, os EUA aumentaram sua presença na competição de dois pra quatro filmes – entre eles “The Paperboy”, novo filme do diretor de “Preciosa”, Lee Daniels, estrelado por John Cusack e Zac Efron; e “Killing them Softly”, com Brad Pitt.

Apresentações especiais
Entre as atrações especiais, as maiores atrações são o novo filme de Bernardo Bertolucci, “Io e Te”, sobre um adolescente de 14 anos que se tranca no sótão de seu prédio e sua relação com a irmã de 24 anos; a animação “Madagascar 3”, da Dreamworks; o romance “Hemingway & Gellhorn”, estrelado por Clive Owen e Nicole Kidman; e “Dracula”, novo terror do italiano Dario Argento rodado em 3-D.
O brasileiro Nelson Pereira dos Santos apresenta seu documentário mais recente, “A Música Segundo Tom Jobim”, que já estreou no Brasil.
A ausência mais sentida foi o novo filme de Woody Allen, “To Rome with Love”. O diretor costuma estrear seus novos filmes no festival. Havia a expectativa também de que o americano Terrence Malick, Palma de Ouro em 2011 com “A Árvore da Vida”, concluísse a tempo seu novo longa, “The Funeral”. E Wong Kar-Wai também não concluiu a tempo sua cinebiografia de Bruce Lee, “The Grand Master”.

Un Certain Regard
Como nos últimos anos, a segunda mostra oficial faz uma mistura de novos e velhos talentos.
O jovem canadense Xavier Dolan (de “Os Amores Imaginários”) volta à seção com o polêmico “Laurence Anyways”, sobre um homem que quer se transformar em mulher por amor a um outro homem.
O argentino Pablo Trapero (de “Abutres”) retoma a parceria com Ricardo Darin em “Elefante Blanco”.
Brandon Cronenberg, filho de David Cronenberg, exibe seu primeiro longa como diretor, “Antiviral”
Confira a lista completa:

Cannes 2012

Competição:
 
"Moonrise Kingdom", de Wes Anderson (filme de abertura)
"De Rouille et D’Os", de Jacques Audiard
"Holy Motors", de Leos Carax
"Cosmopolis", de David Cronenberg
"The Paperboy", de Lee Daniels
"Killing Them Softly", de Andrew Dominik
"Reality", de Matteo Garrone
"Love", de Michael Haneke
"Lawless", de John Hillcoat
"In Another Country", de Sangsoo Hong
"Taste of Money", de Sangsoo Im
"Like Someone in Love", de Abbas Kiarostami
"The Angel’s Share", de Ken Loach
"In the Fog", de Sergei Loznitsa
"Beyond the Hills", de Christian Mungiu
"After the Battle", de Yoursry Nasrallah
"Mud", de Jeff Nichols
"Vous n'avez Encore Rien Vu", de Alain Resnais
"Post Tenebras Lux", de Carlos Reygadas
"Na Estrada", de Walter Salles
"Paradise: Love", de Ulrich Seidl
"The Hunt", de Thomas Vinterberg


Un Certain Regard

“7 Days in Havana”, Benicio del Toro, Pablo Trapero, Julio Medem, Elia Suleiman, Juan Carlos Tabio, Gaspar Noe, Laurent Cantet
“11.25 The Day He Chose His Own Fate”, Koji Wakamatsu
“Antiviral”, Brandon Cronenberg
“Beasts of the Southern Wild”, Benh Zeitlin
“Confession of a Child of the Century”, Sylvie Verheyde
“Despues de Lúcia”, Michel Franco
“La Pirogue”, Moussa Toure
“La Playa”, Juan Andres Arango
“Laurence Anyways”, Xavier Dolan
“Le grand soir”, Benoit Delepine, Gustave Kervern
“Les Chevaux de Dieu”, Nabil Ayouch
“Loving Without Reason”, Joachim Lafosse
“Miss Lovely”, Ashim Ahluwalia
“Mystery”, Lou Ye
“Student”, Darezhan Omirbayev
“Trois mondes”, Catherine Corsini
“White Elephant”, Pablo Trapero

Exibições especiais


“A musica segundo Tom Jobim”, Nelson Pereira Dos Santos
“The Central Park Five”, Ken Burns, Sarah Burns, David McMahon
“Der Mull im Garten Eden”, Fatih Akin«
“Journal de France”, Claudine Nougaret, Raymond Depardon
“Les Invisibles”, Sebastien Lifshitz
“Mekong Hotel”, Apichatpong Weerasethakul
“Roman Polanski: A Film Memoir”, Laurent Bouzereau
“Villegas”, Gonzalo Tobal


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Clássico trash "Suspiria", de Dario Argento, vai ganhar nova versão



Omelete

O remake de Suspiria, clássico de horror psicodélico do diretor italiano Dario Argento, será mesmo o próximo filme de David Gordon Green (Contra Corrente, Segurando as Pontas). O diretor fechou com a produtora Crime Scene Pictures e as filmagens começarão em setembro.
A seleção de elenco está começando e mais anúncios oficiais devem vir no Festival de Cannes, em maio, para onde a Wild Bunch levará o filme a potenciais compradores.
O longa de 1977 acompanha - sob a lógica distorcida e surreal de um pesadelo - uma garota dos EUA (vivida por Jessica Harper  no original) que chega em uma escola de dança de elite na Alemanha para estudar balé. Na verdade, a escola é só fachada para uma doentia reunião de bruxas.
Green detém os direitos da trilha sonora do original - e pretende usá-la. A música do Suspiria de 1977 foi composta pela banda italiana de rock progressivo Goblin, que assinou, no ano seguinte, a música de O Amanhecer dos Mortos de George Romero.