segunda-feira, 28 de novembro de 2011

“Os amores imaginários”: Triângulo amoroso moderno e estilo por um diretor canadense de 22 anos



Cefas Carvalho

Quando o canadense Xavier Dolan surgiu no mundo cinematográfico em 2009 causou frisson. Tanto pela qualidade do seu filme de estréia, “Eu matei minha mãe”, quanto pela idade: contava apenas 20 anos à época! No ano passado, ele lançou seu segundo filme, “Os amores imaginários”, igualmente elogiado. Prazeirosamente sufocado por uma pilha de filmes ainda para assistir e reticente em relação a esses “jovens gênios” que a mídia vez por outra celebra, não me importei com os filmes de Dolan. Até que instigado por uma amiga cinéfila, encomendei na Sétima Arte “Os amores imaginários” para investigar a obra do menino-prodígio. E a surpresa, além de grande, foi positiva.
 A verdade é que o filme é muito bom! Embora canadense, ele segue a tradição dos filmes franceses (é falado em francês) de triângulos amorosos, jovens descolados e uma irreverência saudável (“Jules e Jim”, quase tudo do Antoine Donel de Truffaut”) e lembra muito não o estilo, mas o universo mental de Christophe Honoré (“Canções de amor”, “Em Paris”).
Escrito pelo próprio Dolan, o roteiro é incrivelmente maduro para quem não chegou aos 23 anos. Como já dito, trata-se da história de dois amigos (Marie e Francis, vivido pelo próprio Dolan) que, ambos, se encantam por um jovem (Nicolas) recém-chegado à cidade. Se a sinopse é clichê, todo o resto não o é. O triângulo amoroso (se é que realmente o é) é não convencional, narrativas desconexas sobre relacionamentos pontuam a história e o estilo narrativo por vezes de videoclip funciona que é uma beleza (como na cena mágica em que os três caminham para se encontrar em um café, ao som do pop-europeu-brega de qualidade “Bang bang”, interpretada por Dalida). Hora de baixar “Eu matei minha mãe” e de esperar os novos filmes do “enfant-terrible”.



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vida de Freddie Mercury deve virar filme em 2012

Do site Omelete

Graham King, produtor do filme sobre a vida de Freddie Mercury, conversou com os nossos parceiros do Collider neste fim de semana.

King disse que pretende começar o filme, que tem Sacha Baron Cohen no papel principal desde janeiro, em breve, mas que o roteiro ainda está sendo desenvolvido. "Estou muito empolgado em fazer esse filme, em mostrar a vida desse cara. Depois de passar bastante tempo ao lado de Brian May, Roger Taylor e Jim Beach [empresário do Queen], esse se tornou um projeto muito empolgante para mim. O roteiro está sendo escrito e estamos tomando muito cuidado com ele. Temos que acertar, do contrário seremos massacrados pela crítica e fãs. É a história de um ícone, além de ser fantástica, maravilhosa, engrandecedora e emotiva, repleta de boa música. Temos que acertar".

O produtor diz também que Sacha Baron Cohen pode até cantar algumas das músicas. “Veremos. Freddie tinha uma voz única. Sacha cantou em Sweeney Todd e tem uma voz fantástica também. . Aquela era a voz dele no filme. Ainda não fizemos os testes necessários para ver se dá certo, mas veremos”.

King voltou a garantir que tem os direitos de uso de todas as músicas para o filme, incluindo "Bohemian Rhapsody", "We Will Rock You", "We Are the Champions", "Another One Bites The Dust" e "You're My Best Friend", e disse que o texto se baseia em diversas produções distintas, além de conversas com os integrantes do Queen. "Estou ouvindo as histórias de Brian e Roger, vendo muitos documentários e, claro, assistindo ao Live Aid inúmeras vezes. São os melhores 22 minutos da história das performances do rock and roll", completa.

O dramaturgo Peter Morgan (A Rainha) cuida do roteiro. A trama se concentra nos anos de formação da banda, até o show no Live Aid, em 1985. Os últimos anos de Mercury não devem ser recontados. O vocalista do Queen morreu em 1991 com apenas 45 anos.


Nota do blog:

Um filme sobre Mercury com roteiro do ótimo Peter Morgan parece ter tudo para dar certo. Sacha Baron Cohen já mostrou seu talento, mas, afeto a aexcessos (como Jim Carrey) o resultado pode ser uma ingógnita, entre o caricato total ou um Oscar. A brincadeira entre os cinéfilos é que para compor o personagem basta Cohen mesclar seus papéis em “Borat” e Bruno”.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Os 10 filmes que a jornalista e poeta Michelle Ferret. levaria para uma ilha deserta



1 – SÓ 10% É MENTIRA. Dirigido por Pedro César é considerado a “desbiografia” de Manoel de Barros, meu poeta favorito, o documentário é doce e traz um olhar interessante sobre a obra do menino que carrega água nas peneiras da vida.

2 – LLUVIA, de Paula Hernandez, um filme argentino que está rodando nos festivais. É um filme líquido, com duas histórias lindas sobre a ausência. Dá vontade de virar chuva...

3 – TERRA ESTRANGEIRA, de Walter Salles. É um filme intenso, cheio de solidão e da percepção do quanto somos estrangeiros de nós mesmos.

4 – O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULIN, de Jean-Pierre Jeunet, faz a gente enxergar o mundo de outros ângulos. É delicado, simples e poético.

5 – LAVOURA ARCAICA. Da escritura sagrada de Raduan Nassar, o diretor Luiz Fernando Carvalho extraiu as sensações e conseguiu tecer um filme denso com imagens poéticas e arrebatadoras mantendo o texto de Raduan como guia condutor. De uma obra literária rara, o inquieta os espectadores mais sensíveis e há quem diga que é um dos filmes mais belos já feitos em terras brasileiras.

6 – O CÉU DE SUELY. Um céu aparente que pode ser também o inferno. Esse reservado em nós que se transforma a cada segundo. Assim é também “O Céu de Suely”, segundo longa do diretor Karin Ainouz, o mesmo do primoroso “Madame Satã” e co-roteirista de filmes como “Cinema Aspirinas e Urubus” e “Abril Despedaçado”.

7 – CARTOLA: MÚSICA PARA OS OLHOS, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Numa ilha deserta nada melhor do que ter Cartola por perto...

8 – FAMILIA DO FUTURO. Animação com um profundo tema sobre o abandono de uma criança. Já assisti umas 25 vezes. Direção de Stephen J. Anderson

9 – POR SUS PRÓPRIOS OJOS, de Liliana Paolinelli. É um filme argentino com uma carga emocional intensa. Traz a liberdade, a curiosidade e a paixão da maneira mais intensa que já vi no cinema.

10 – O CARTEIRO E O POETA de Michael Radford. É um filme para sonhar..

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os 10 filmes que o cineasta Matyeu Duvignaud. levaria para uma ilha deserta

  1. Cinema paradiso (Giuseppe Tornatore, Itália)
  2. Baraka (Documentário de Ron Friecke, EUA)
  3. Into eternity (Documentário de Michael Madsen, Dinamarca) 
  4. Amarcord (Fellini, Itália)
  5. Roma (Fellini, Itália)
  6. Em busca do ouro (Chaplin, EUA)
  7. Beleza americana (Sam Mendes, EUA)
  8. Os incompreendidos (Francois Truffaut, França)
  9. Polisse (Maiwenn de Besco, França)
  10. O quarto Mundo (“Claro...”)
OBS: “O quarto mundo” é dirigido pelo próprio Matyeu.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os 63 filmes que concorrem a 5 vagas para o Oscar 2012 de filme estrangeiro


Há coisa de umas semanas, foi divulgada a a relação completa dos 63 candidatos (de 63 países) ao Oscar 2012 de melhor filme estrangeiro. Na verdade, os 63 filmes tentam a indicação entre os 5 que efetivamente concorrrerão ao Oscar. A relação dos cinco indicados será divulgada em 26 de fevereiro.
Assim como nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim, a lista favorece “pinçar” pérolas que dificilmente seriam descobertas. Na lista abaixo, chamam a atenção para mim o terror moderno uruguaio “A casa muda”, cujo trailler fez sucesso na net há meses, e filmes como “O cavalo de Turim”, do húngaro Bela Tarr (foto que ilustra este post). Como dificilmente estes filmes chegarão ao Cinemark e ao Moviecom, resta tentar baixar alguns deles e recorrer à boa e velha banca do Sétima Arte, ali no Camelódromo da Cidade Alta. E, sim, o representante brasileiro “Tropa de Elite 2”, tem chances reais de ficar entre os 5 finalistas. Confira a lista:

África do Sul
Skoonheid, de Oliver Hermanus

Albânia
Amnesty, de Bujar Alimani

Alemanha
Pina, de Wim Wenders

Argentina
Aballay, el Hombre Sin Medo, de Fernando Spiner

Áustria
Breathing, de Karl Markovics

Bélgica
Rundskop, de Michael R. Roskam

Bósnia & Herzegovina
Belvedere, de Ahmed Imamovic

Brasil
Tropa de Elite 2, de José Padilha

Bulgária
Tilt, de Viktor Chouchkov

Canadá
Monsieur Lazhar, de Philippe Falardeau

Casaquistão
Returning to the 'A, de Egor Mikhalkov-Konchalovsky

Chile
Violeta, de Andrés Wood

China
Flowers of War, de Zhang Yimou

Cingapura
Tatsumi, de Eric Khoo

Colômbia
Los Colores de la Montana, de Carlos Cesar Arbelaez

Coreia do Sul
The Frontine, de Jang Hun

Croácia
72 Days, de Danielo Serbedzija

Cuba
Habanastation, de Ian Padron

Dinamarca
Super Clássico, de Ole Christian Madsen

Egito
Lust, de Khaled El Hagar

Eslováquia
Gypsy, de Martin Sulik

Espanha
Pa Negre, de Agusti Villaronga

Estônia
Letters to Angel, de Sulev Keedus

Filipinas
The Woman in the Septic Tank, de Marlon Rivera

Finlândia
O Porto, de Aki Kaurismaki

França
A Guerra Está Declarada, de Valerie Donzelli

Geórgia
Chantrapas, de Otar Iosseliani

Grécia
Attenberg, de Athina Rachel Tsangari

Holanda
Sonny Boy, de Maria Peters

Hong Kong
A Simple Life, de Anna Hui

Hungria
O Cavalo de Turim, de Bela Tarr

Índia
Adaminte Makan Abu, de Salim Ahamed

Indonésia
Under the Protection of Ka'Bah, de Hanny R. Saputra

Irã
A Separação, de Asghar Farhadi

Irlanda
As If I Am Not There, de Juanita Wilson

Islândia
Volcano, de Runar Runarsson

Israel
Footnote, de Joseph Cedar

Itália
Terraferma, de Eamnuele Crialese

Japão
Post Card, de Kaneto Shindo

Líbano
Et Maintenant, On Va Ou?, de Nadine Labaki

Lituânia
Back in Your Arms, de Kristijonas Vildziunas

Macedônia
Punk's Not Dead, de Vladimir Blazevsky

Marrocos
Omar Killed Me, de Roschdy Zem

México
Miss Bala, de Geraldo Naranjo

Nova Zelândia
The Orator, de Tusi Tamasese

Noruega
Happy, Happy, de Anne Sewitsky

Peru
Outubro, de Daniel e Diego Vega

Polônia
In Darkness, de Agnieska Holland

Portugal
José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

Reino Unido
Patagonia, de Marc Evans

República Dominicana
La Hija Natural, de Leticia Tonos

República Tcheca
Alois Niebel, de Thomas Lunak

Romênia
Morgen, de Marian Crisan

Rússia
Burnt by the Sun: The Citadel, de Nikita Mikhalkov

Sérvia
Montevideo - Taste of a Dream, de Dragan Bjelogrlic

Suécia
Beyond, de Pernilla August

Suíça
Giochi d'Estate, de Rolando Colla

Tailândia
Kon Khon, de Sarunyu Wongkrachang

Taiwan
Warriors of the Rainbow: Seediq Bale, de Wei Te-sheng

Turquia
Era uma Vez na Anatólia, de Nuri Bilge Ceylan

Venezuela
El Rumor de las Piedras, de Alejandro Bellame

Vietnã
Thang Long Aspiration, de Lu'u Trong  Ninh

Uruguai
A Casa, de Gustavo Hernandez

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os 10 filmes que o professor Anderson Háber Martins levaria para uma ilha deserta





Anderson Háber explica: “Coloquei a justificativa da escolha, partindo da premissa de que a ilha será sensacional e, portanto, preciso ser lembrado de comportamentos e atitudes desse mundo aqui que não quero reproduzir”.

1- Ran - Akira Kurosawa - para me lembrar o que a ganância pode fazer

2 - West Side Story - Robert Wise - para me lembrar que bom filme... e boa música podem nascer das diferenças

3- Era uma Vez na América - Sérgio Leone - para poder "viajar" com o ópio e o De Niro

4 - Rio 40 graus - Nelson Pereira dos Santos - para poder me lembrar da divisão e exclusão sociais nas cidades

5- Vidas Secas - Nelson Pereira dos Santos - para poder me lembrar da divisão e exclusão sociais no campo e da mais bela adaptação de um livro para o cinema

6 - Metrópolis - Fritz Lang - para poder me lembrar de um futuro de que não quero

7 - Tempos Modernos - Charles Chaplin - para me lembrar de um passado e presente que não quero

8 - Encouraçado Potemkin - Serguei Eiseinstein - para me lembrar que o cinema tornou-se cinema nas mãos de um comunista

9 - Aguirre, a cólera dos Deuses – Werner Heroz - Para me lembrar novamente da ganância e ânsia de poder dos homens e a sua pequenez diante da natureza

10 - Vá e Veja - Elem Klimov - para me lembrar do que pode acontecer quando se desenvolvem ideias de superioridade racial, cultural, civilizacional etc..

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Os 10 filmes que a culinarista e chef Gabriela Sales levaria para uma ilha deserta



1 Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969)
2 Madame Satã (Karim Aïnouz,2002)
3 Magnólia (Paul Thomas Anderson, 1999)
4 1984 (Michael Radford)
5 Ensaio de Orquestra (Fellini, 1978)
6 Império dos Sentidos (Nagisa oshima, 1976)
7 A festa de Babete (Gabriel Axel,1987)
8 O cheiro do Papaya Verde ( Tran Ahn Hung, 1993)
9 Meia Noite em Paris (Woody Allen, 2011)
10 O Tempero da Vida (Tassos Boulmetis,2003)

Gabriela Sales diz: “Como disse, sou péssima com listas e pra conseguir essa, fiz um sorteio entre os  30 melhores filmes que assisti. Ensaio de Orquestra é sem dúvida um dos preferidos, por mostrar a fragilidade de uma entidade, por revelar a personalidade de cada instrumento e instrumentista.
Adorei que Macunaíma tenha sido sorteado, pois é sempre garantia de boas risadas.
O Império dos Sentidos foi o único que não entrou no critério de escolha, esse não abriria mão de forma alguma... Adoro o silêncio desse filme, a entrega de almas e corpos e o erotismo sem limite.
A Festa de Babete, O Cheiro do Papaia Verde e o Tempero da vida, são filmes que me emocionam sempre, por tratarem do assunto que mais amo que é gastronomia.
Madame Satã também gostei muito quando assisti, tem uma luz linda e mostra uma malandragem poética do Rio de Janeiro na década de 20.
Magnólia, um filme hipnotizante! Adoro o momento que todos cantam juntos e a cena da chuva de sapos, muito lindo!
Meia Noite em Paris, o mais recente filme do Woody Allen e talvez um dos melhores.
1984, baseado na obra de George Orwell, profético e super atual.”
Gostei do resultado, mas poderia ter pelo menos três filmes do Pedro Almodóvar e mais uns dois do Fellini e muitos outros que me influenciaram e marcaram de alguma maneira.