(É preciso) calar-se. Em francês, “(Il fault) se taire”, é o titulo da minha canção preferida entre as 11 do filme “Canções de amor”, (2007) de Christophe Honoré. A cena é simples, com os atores Louis Garrel e Clotilde Hesme (nos papéis de Ismael e Alice) cantando melancolicamente a canção em uma redação plantonista, em uma madrugada fria parisiense. Dentro do contexto do filme, a canção ajuda a entender o estado de espírito dos personagens para o desencadeamento do filme. Acima, a cena citada, abaixo, a letra e a tradução da obra-prima.
(Il fault) se taire
(Alex Beaupin)
Se taire
tu m'en as tant dit, plus rien ne m'étonne
Se faire des serments muets, des promesses aphones
Les mots de trop
il faut se taire
nos langues se fatiguent, ménageons les pour
se faire langue contre langue un dialogue de sourd
parfois, crois moi,
on doit se taire
tu m'en as tant dit, plus rien ne m'étonne
Se faire des serments muets, des promesses aphones
Les mots de trop
il faut se taire
nos langues se fatiguent, ménageons les pour
se faire langue contre langue un dialogue de sourd
parfois, crois moi,
on doit se taire
garde ta salive que je puisse enfin
la faire couler dans ma gorge comme un doux venin
Les mots
de trop
il faut se taire
de trop
il faut se taire
nos lèvres sont sèches et nos bouches ont mieux
à faire que se prendre au mot, que se prendre au jeu
à faire que se prendre au mot, que se prendre au jeu
parfois, crois moi,
on doit se taire
enfin
on doit se taire
enfin
se taire
à la fin
à la fin
(É preciso) Calar-se
Calar-se...
Muito já foi dito, nada mais me espanta
Fazer-se juramentos mudos, promessas roucas
Palavras demais
É preciso calar-se
Nossas línguas se cansam, deixemos que descansem
Que se faça língua contra língua, um diálogo de surdos
Acredite em mim, às vezes
Precisamos nos calar
Guarde sua saliva para que eu possa por fim
Fazê-la correr pela minha garganta como um doce veneno
Palavras
Em excesso
Precisamos nos calar
Nossos lábios estão secos e as nossas bocas têm mais a fazer
Do que se prenderem a palavras, que se prenderem ao jogo
Acredite em mim, às vezes
Precisamos nos calar
Enfim
Calar-se
No fim
goiabada pra um livro de marianina
ResponderExcluirnina rizzi
os homens tocam, esquartejam.
tocam.
por que é um dia bom.
elas, em ânsia de dizer,
calam.
como o silêncio que tange o sino,
panelas, ovários.
*
Linda poesia, bela me-Nina. Bom ter seua visita poética ao blog. Beijo.
ResponderExcluirBelo filme, bela canção. Sou fã do Louis Garrel.
ResponderExcluirAbração e apareça
O Falcão Maltês
Amigo, estou com uma edição especial. Apareça.
ResponderExcluirO Falcão Maltês