De dez em dez anos revejo “Jules e Jim” (esqueça o infeliz título brasileiro “Uma mulher para dois”), obra maior de Francois Truffaut, que faz frente a “Os inconpreendidos” e “A noite americana”. A verdade é que a cada audição, o filme fica melhor. Na chuvosa noite natalense da terça 12 de julho, “Jules e Jim” me pareceu ainda mais intenso e poético, Jeanne Morreau ainda mais linda e a amizade dos protagonistas ainda mais leal. Há pouco o que se dizer de novo sobre o filme, supra resenhado e comentado que foi. Já se falou quase tudo sobre sua narrativa ágil, sobre sua amoralidade quase inocente, sobre a poesia em cada fotograma. Há quem ache que o filme verse sobre um triângulo amoroso. Na verdade, o filme fala sobre amizade, em sua potência máxima. Uma amizade que resiste ao tempo, a uma guerra mundial e até mesmo a uma mulher como Catherine. Deveria ser obrigatório para cada ser humano assistir a “Jules et Jim” pelo menos uma vez na vida. Ah, segue acima a cena em que a musa Jeanne Morreau canta “La tourbillon”. E a foto acima, do trio correndo em uma plataforma de trem, é de uma cena que tornou-se há muito um ícone cinematográfico, tendo sido citada e homenageada em diversos filmes como “Os sonhadores” e “Canções de amor”.
variação pra le tourbillon
ResponderExcluirnina rizzi
tenho adorado uma mulher apolínea.
uma mulher que me faz e desfaz em doces tiramissús;
afagos-dedos ela me cuida, sente.
e espreita.
minhas telas, choros, renascenças.
a mobília em desordem, a maresia dos dias.
vivê-la, me faz crepuscular.
tenho gozado também seu companheiro.
dionisíaco, embriaga minhas noites.
sonhá-lo, me faz aurora.
a gente tem se comido entre todas as coisas:
poemas, confissões, cravos, panelas.
e é boa assim a vida, ternurância, maravilhamento, desvario.
triptíco de ânsia diolínea e paciência apodisíaca.
amá-los, me faz santa.
*
clássico dos meus clássicos, adoro, Cefas. Valeu :)
Sou mais o Truffaut da fase final, de ADELE H e O ÚLTIMO METRÔ, mas não há como não se emocionar com JULES E JIM. Impecável. Grande Jeanne Moreau!
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Ah, me-Nina, mais uma poesia inspirada. Filmes como "Jules e Jim" não se fazem mais... Beijo.
ResponderExcluirAmigo Nahud, gosto de todas as fases de Truffaut, e depois da trinca citada no texto, meu favorito é justamente "A história de Adelle H", com Isabelle Adjani linda como só esteve em "Camile Claudel". Abração!
ResponderExcluirAcertou em cheio, Cefas. O filme fala de amizade e intensidade,como diria Caetano. Amizade e intensidade que conduz a "Nós que nos amávamos tanto", do mestre Ettore Scola. Também gosto de todas as fases de Truffaut. "O homem que amava as mulheres" é outro filme magnífico. Abraço e vamos nessa.
ResponderExcluirCefas, venha recordar seus "vilões favoritos"!
ResponderExcluirAbraços
O Falcão Maltês