quarta-feira, 13 de julho de 2011

“Jules e Jim”: Obra prima de Truffaut melhora a cada ano que passa



De dez em dez anos revejo “Jules e Jim” (esqueça o infeliz título brasileiro “Uma mulher para dois”), obra maior de Francois Truffaut, que faz frente a “Os inconpreendidos” e “A noite americana”. A verdade é que a cada audição, o filme fica melhor. Na chuvosa noite natalense da terça 12 de julho, “Jules e Jim” me pareceu ainda mais intenso e poético, Jeanne Morreau ainda mais linda e a amizade dos protagonistas ainda mais leal. Há pouco o que se dizer de novo sobre o filme, supra resenhado e comentado que foi. Já se falou quase tudo sobre sua narrativa ágil, sobre sua amoralidade quase inocente, sobre a poesia em cada fotograma. Há quem ache que o filme verse sobre um triângulo amoroso. Na verdade, o filme fala sobre amizade, em sua potência máxima. Uma amizade que resiste ao tempo, a uma guerra mundial e até mesmo a uma mulher como Catherine. Deveria ser obrigatório para cada ser humano assistir a “Jules et Jim” pelo menos uma vez na vida. Ah, segue acima a cena em que a musa Jeanne Morreau canta “La tourbillon”. E a foto acima, do trio correndo em uma plataforma de trem, é de uma cena que tornou-se há muito um ícone cinematográfico, tendo sido citada e homenageada em diversos filmes como “Os sonhadores” e “Canções de amor”.

6 comentários:

  1. variação pra le tourbillon
    nina rizzi

    tenho adorado uma mulher apolínea.
    uma mulher que me faz e desfaz em doces tiramissús;
    afagos-dedos ela me cuida, sente.

    e espreita.
    minhas telas, choros, renascenças.
    a mobília em desordem, a maresia dos dias.

    vivê-la, me faz crepuscular.

    tenho gozado também seu companheiro.
    dionisíaco, embriaga minhas noites.

    sonhá-lo, me faz aurora.

    a gente tem se comido entre todas as coisas:
    poemas, confissões, cravos, panelas.

    e é boa assim a vida, ternurância, maravilhamento, desvario.
    triptíco de ânsia diolínea e paciência apodisíaca.

    amá-los, me faz santa.
    *

    clássico dos meus clássicos, adoro, Cefas. Valeu :)

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  2. Sou mais o Truffaut da fase final, de ADELE H e O ÚLTIMO METRÔ, mas não há como não se emocionar com JULES E JIM. Impecável. Grande Jeanne Moreau!

    O Falcão Maltês

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  3. Ah, me-Nina, mais uma poesia inspirada. Filmes como "Jules e Jim" não se fazem mais... Beijo.

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  4. Amigo Nahud, gosto de todas as fases de Truffaut, e depois da trinca citada no texto, meu favorito é justamente "A história de Adelle H", com Isabelle Adjani linda como só esteve em "Camile Claudel". Abração!

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  5. Acertou em cheio, Cefas. O filme fala de amizade e intensidade,como diria Caetano. Amizade e intensidade que conduz a "Nós que nos amávamos tanto", do mestre Ettore Scola. Também gosto de todas as fases de Truffaut. "O homem que amava as mulheres" é outro filme magnífico. Abraço e vamos nessa.

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  6. Cefas, venha recordar seus "vilões favoritos"!
    Abraços

    O Falcão Maltês

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