segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Je t´aime moi non plus": A paixão selvagem de Jane Birkin e Serge Gainsbourgh

O fim de semana foi de nostalgia cinematográfica. Mais exatamente de um clássico pessoal meu, na verdade um clássico mezzo trash mezzo cult: "Je t´aime moi non plus", de 1976, filme francês de Serge Gainsbourgh, que a bem da verdade era mais compositor, cantor e conquistador profissional (antes de Jane Birkin, namorou Brigitte bardot entre outras) que cineasta. Tanto que o filme, no Brasil "Paixão Selvagem", é mais uma ode à sua própria canção (no filme, mui discreta - vide vídeo - mas a gravação, com gemidos e lascívia, tornou-se um clássico mela-cueca e em cabarés de segunda no Brasil e mundo afora). O plot do filme é fantástico: caminhoneiro gay se apaixona por garçonete (a bela e andrógina Jane Birkin, mulher de Serge à época) por achar a principio que trata-se de um rapaz. A relação se desenvolve de forma insólita e o namorado do caminhoneiro morre de ciúmes. Bizarro, estranho e belo. Gaisnborgh era um figuraça: bom vivant, fumante inverterado.  Chocou meia França ao gravar uma canção com filha adolescente sugerindo incesto. Curiosidade: a filha de Serge e Jane, Charlotte Gainsbourgh, também enveredou pela arte e pela esquisitice, sendo a protagonista de "Anticristo", de Von Trier, onde protagoniza cenas de sexo quase explícito e se auto mutila. pode ser conferida no novo Von Trier, "Melancolia". Filha de peixe (e de gata), peixinha (e igualmente gata) é...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Festival de cinema francês no Moviecom em junho


 Este blogueiro-cinéfilo recebeu "rilise" sobre Festival de Cinema Francês em Natal. O Moviecom, em parceria com a Embaixada Francesa, promove o Festival Varilux de Cinema Francês. Durante os dias 10 a 16 de junho, dez produções daquele país serão apresentadas nas salas do Moviecom. Aqui em Natal, o cinéfilo poderá conferir no Praia Shopping.

Os preços variam de acordo com o dia e o horário da exibição do filme. Confira: nas segundas, terças e quintas, o ingresso custa R$ 10 e R$ 5, a meia entrada; nas quartas, R$ 8 inteira e R$ 4, meia; nas sextas, sábados, domingos e feriados, a matinê custa R$ 13 e R$ 6,50, a meia entrada; após às 18h, R$ 15 e R$ 7,50 (meia).

Alguns dos filmes, confesso que não conheço. De outro, tive informações. Um em especial, não pretendo perder: "Venus negra", de Abdellatif Kechiche, com Yahima Torres, que fala sobre uma mulher que é explorada devido às suas deformações sexuais. Fez sucesso no festival de Veneza do ano passado. Abaixo, a programação do Festival.


Varilux de cinema.jpg

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sobre Filmes Cult e o cinema do desconforto


Cefas Carvalho

De 16 a 22 de maio passado, o Cineclube natal, capitaneado pelos amigos Pedro Fiuza e Nelson Marques, cinéfilos de nobre casta, realizou a 5ª edição da Semana do Filme Cult. Ou seja, uma semana de filmes pouco conhecidos, estranhos e que mal passaram no circuto comercial. Uns eu consegui assistir. Outros, imprensado entre trabalho e falta de tempo, só em DVD. Filmes como o classicão inglês “O homem de palha” e o bizarro holandês “A centopéia humana” que valem uma conmferida.
Na verdade, a Semana fez refletir sobre a prória expressão “Filmes Cult”. Desde sua criação, o cinema é visto como entretenimento e associado a outras formas de diversão. Para milhões de pessoas, cinema é sinônimo de passeio alegre seguido de pizza e-ou lanche. Daí a grande parte da produção cinematográfica mundial (em especial a norte-americana, claro) ser voltada para o bem estar, o bom mocismo, a comunhão familiar, o decompromisso, afinal, ninguém quer estragar a diversão alheia.
Contudo, uma parte do público de cinema não deseja (pelo menos não sempre) diversão, leveza e descomprimisso. Mas, sim, espera dos filmes, debate, inquietação, questionamento, e, por vezes, polêmica e visceralidade. Geralmente filmes com um ou mais itens como estes e que não alcançam sucesso de público (nem teriam como) atingem o status de filmes Cult, ou seja, viram objetos de culto. Por uma ou outra razão.
Existem centenas de filmes considerados “Cult movies”, em maior ou menos escala, e a regra para defini-los é abstrata e incerta. Convencionou-se que filmes sem êxito no mercado formal mas que são citados, comentados, baixados pela internet por cinéfilos, ganham este estigma.
Há filmes objetos de culto pela estranheza do tema, como o francês “Em minha pele” (sobre automutilação), o belga “Minha vida em cor de rosa” (travestismo infantil) ou o canadense “Crash” (sexualidade envolvendo desastres de trãnsito). Outros, o são por que o próprio diretor já é objeto de culto, casos do japonês Takashi Miike e o americano David Lynch.
Há a vertente “trash” dos filmes Cults. Aqueles filmes tão malfeitos, tão bizarros, com interpretações tão tacanhas, que de tão ruins e esquisitos se tornam bons. É o caso de títulos como “O ataque dos vermes assassinos”, “Drácula versus Frankestein” e “Jesus Cristo, caçador de vampiros”. Neste rol, destaca-se “Pink Flamingos”, obra-prima às avessas de John Waters com travestis, sexo explícito, mau gosto aos borbotões e até coprofagia.
Ou seja, quem gosta de filmes adocicados com Julia Robert ou Sandra Bullock ou ainda se emociona com filmes com cachorros e outros bichinhos fofos, nem cheguem perto de nenhum filme citado neste texto.

terça-feira, 24 de maio de 2011

"Robogeisha": Gore japonês que mistura ação, violência extrema e comédia


Quem conhece meus gostos cinematográficos sabe que minha preferência é pelos clássicos europeus (de Bergman e Fellini aos contemporâneos Almodóvar e os novíssimos Christophe Honoré e Lukas Moodysson). Mas tenho meus dias de assistir trash ou filmes esquistíssimos como os "gore" japoneses. Como o filme "Robogeisha", indicado por um amigo, que encontrei no ótimo blog http://avoltadosmortosvideos.blogspot.com/ . Trata-se de uma mistura de ação, comédia com muito non sense e sangue que faz a delícia de quem gosta do tosco e do insólito. O filme, dirigido por Niboru Iguchi merece uma conferida pelo inusitado. Acima, o cartaz da pérola. Abaixo, o trailer.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"Árvore da vida", de Mallick, conquista Palma de Ouro de Cannes

A Palma de Ouro da 64ª edição do Festival de Cannes foi para o filme "A Árvore da Vida", de Terrence Malick. Ele não veio a Cannes e foi representado por dois dos vários produtores envolvidos na fita.
“Malick é um tímido incorrigível”, disse um dos produtores. Já o Grande Prêmio do Júri, o Grand Prix, foi dividido entre "Le Gamin au Vélo", da dupla belga Jean-Pierre e Luc Dardenne e “Bir Zamanlar Anadolu’da”, do turco Nuri Bilge Ceylan.

Os irmãos Dardenne agradeceram o protagonista adolescente do filme Thomas Doret. Ceylan foi breve e parecia contrariado com a premiação. A melhor direção coube ao dinamarquês com carreira nos Estados Unidos Nicolas Winding Refn pelo filme "Drive". Ele lembrou especialmente o ator Ryan Gosling, seu protagonista, pela colaboração na realização do longa-metragem.
O prêmio de melhor ator e melhor atriz foram entregues a Jean Dujardin, protagonista da produção francesa "The Artist", e Kirsten Dunst, por "Melancolia", filme de Lars Von Trier. Ela agradeceu a possibilidade de poder mostrar tanto empenho no filme. Dujardin, astro na França, dividiu o reconhecimento com sua parceira na fita, Bérénice Bejo. “Eu também quero a receita desse prêmio para recebê-lo sempre”, completou.
O concorrente israelense "Hearat Shulayim", de Joseph Cedar, teve reconhecido o roteiro. O diretor não estava na premiação e foi representado por uma integrante da equipe, que leu uma mensagem do realizador. O prêmio do júri foi para "Polisse", da diretora francesa Maïwenn. Muito emocionada e ofegante, ela agradeceu sua equipe de atores e técnicos, sua família e filhos.
O júri da competição oficial foi presidido pelo ator Robert De Niro e formado pelo diretor francês Olivier Assayas, seu colega chadiano Mahamat Saleh Haroun (que no ano passado recebeu o Prêmio do Júri por "Un Homme qui Crie"), Johnnie To, realizador de Hong Kong, o ator Jude Law, as atrizes Martina Gusmán (argentina que é mulher do diretor Pablo Trapero) e Uma Thurman, a escritora norueguesa Linn Ullman, e por fim a produtora chinesa Nansun Shi.
A Caméra D’Or para o melhor diretor estreante foi dada a Pablo Giorgelli, pela coprodução hispano-argentina "Las Acacias", exibida na paralela Semana da Crítica, enquanto "Cross Country)", de Maryna Vroda levou a Palma de Ouro na categoria de curta-metragem.

Texto: Orlando Margarido (Ig)


Veja a lista com os vencedores do Festival de Cannes 2011:

Palma de Ouro: "A Árvore da Vida", de Terrence Malick
Grande Prêmio do Júri: "Le Gamin au Vélo", de Jean-Pierre e Luc Dardenne, e "Bir Zamanlar Anadolu’da", de Nuri Bilge Ceylan
Atriz: Kirsten Dunst, por "Melancolia"
Ator: Jean Dujardin, por "The Artist"
Diretor: Nicolas Winding Refn, por "Drive"
Roteiro: "Hearat Shulayim", de Hearat Shulayim
Curta-metragem: "Cross Country", de Marina Vroda
Prêmio Câmera de Ouro: "Las Acacias", de Pablo Giorgelli
Prêmio do júri: "Polisse", de Maiwenn Le Besc

quinta-feira, 19 de maio de 2011

"On the road" de Walter Sales tem primeiro cartaz divulgado





Todo cinéfilo que se preze sabe que Walter Sales está finalizando (fase de edição) o seu longa "On the road", baseado no romance clássico de Jack Kerouac que praticamente criou a "Geração beat" e influenciou milhões de jovens leitores em todo o mundo, incluindo este blogueiro-cinéfilo. Pois foi divulgado o primeiro cartaz do filme, que deve concorrer no Festival de Veneza em agosto próximo. Com larga experiência em filmes "de estrada" ("Central do Brasil", "Terra estrangeira", "Diários de motocicleta") Sales parece o cineasta ideal para transformar em imagens as aventuras e dores de Dean Moriarty, Sal Paradise e companhia. Que venha o filme!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sobre "A História de O", clássico no erotismo-soft. E de quebra, um vídeo da banda Interpol


O acaso gerou uma conversa com uma amiga cinéfila sobre “A história de O” (de Just Jaeckin, França, 1975), que, como é sabido, trata-se de um clássico do erotismo-soft baseado no romance homônimo não tão soft assim de Pauline Reage. Fã do livro, considerei o filme apenas mediano, tendo originado uma safra de eróticos-chiques da linha “Emanuelle” e outros de qualidade bem inferior. Mas,"O", com a belíssima atriz Corinne Clay, vale a pena ser visto. Essencial mesmo é o romance, que tem altíssima carga erótica, é boa literatura e não poupa nem os personagens nem o leitor na investigação que pretende fazer sobre sexualidade.
Ah, e aproveitando o ensejo, posto neste blogue (pela primeira vez) um clip: “Lights” da banda novaiorquina Interpol, que tem todo o espírito contido em “História de O”. E de quebra, os créditos iniciais do clássico do sadomasoquismo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Poesia sobre vida e morte, dirigida por Mallick, é o primeiro grande filme da competição em Cannes

 

Mariane Morisawa


Brad Pitt em "A Árvore da Vida": trama é o de menos em filme com imagens belíssimas
Foi um ano de espera – o Festival de Cannes aguardava contar com “A Árvore da Vida” na competição de 2010. Mas valeu a pena. O filme de Terrence Malick acabou com o marasmo desta 64ª edição, que até agora tinha exibido alguns poucos filmes de destaque, mas nada fora de série. O longa-metragem confirmou seu favoritismo na manhã desta segunda-feira (16), em sessão de imprensa lotada, que teve filas formadas na porta uma hora antes.

A expectativa gerada era tanta que a chance de decepção era grande – “A Árvore da Vida”, que estreia dia 23 de junho no Brasil, é o filme de autor mais aguardado dos últimos tempos. Malick começou sua carreira no final da década de 1960 e tem apenas outros quatro longas-metragens lançados. Levou anos para completar este. Alguns espectadores se decepcionaram, como mostraram algumas vaias. Mas é exagero que faz parte da cultura de Cannes.
“A Árvore da Vida” é daqueles filmes cuja trama é o de menos. O longa-metragem é uma poesia sobre a vida e a morte. A partir da morte de um dos três filhos do casal formado por Brad Pitt e Jessica Chastain, com o mais velho, já adulto (e interpretado por Sean Penn), relembrando a vida familiar, o filme relaciona a origem e a magia da vida, o amor, a beleza da natureza e a presença de Deus – ou, pelo menos, de alguma força superior. Malick, com a ajuda do fotógrafo Grant Hill, confecciona imagens belíssimas, que captam a vida como quase nunca se vê no cinema.

Na entrevista coletiva que se seguiu à sessão, a produtora Sarah Green teve de começar explicando a ausência do diretor. “O senhor Malick é muito tímido. E eu acrescentaria que seu trabalho fala por si.” Brad Pitt contou um pouco sobre o processo de trabalho com o cineasta. “Eu poderia falar sobre isso muito longamente. Foi muito interessante. Nossa história se passa nos anos 1950. Tínhamos de nos vestir com roupas nos anos 1950. Sua ideia era pegar o que acontecia no dia. As crianças não tinham roteiro. Elas tinham um guarda-roupa, escolhiam suas roupas, e rodávamos em dois takes. Quase todo dia, ele dava três, quatro páginas e desenvolvíamos coisas a partir daí. Só havia uma luz na casa, o resto era natural”, disse. “Foi uma experiência incrível. Não acho que poderia fazer novamente porque é exaustivo”, completou o ator.
Como o cineasta é “tímido”, Pitt foi convidado a falar um pouco sobre ele. “Ele até vai ao banheiro”, brincou o ator. “Ele é jovial, ri a maior parte do dia. Ele realmente ama seus personagens, essa é a diferença dos grandes cineastas.” Indagado sobre suas atitudes como pai, ele preferiu a ironia. “Eu bato regularmente nos meus filhos e funciona. E deixo-os sem comer também.”
O ator também disse por que prefere projetos desse tipo e não blockbusters. “Não conte que estarei fora de ‘Missão Impossível’, porque eu farei um dia!”, brincou. E depois, falando sério: “Eu gosto de descobrir, de achar algo novo. Eu gosto das coisas menos comerciais ou realmente engraçadas, comédias com caras como Jonah Hill e Zach Galifianakis. Quero fazer uma dessas”.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cineclube Natal inicia Semana do Filme Cult no TCP


Andressa Vieira

Maio, mês em que é comemorado o sexto aniversário do Cineclube Natal, trás uma programação convidativa a qualquer cinéfilo. Além das sessões sacramentadas do Cineclube Natal (Cine Assembléia, Cinéphilie e Cine Mãe Luíza), será realizada também a V Semana do Filme Cult, de 16 a 22 de maio.
A já tradicional Semana do Filme Cult chega a sua quinta edição, através da parceria do Cineclube Natal com o crítico Rodrigo Hammer e a Fundação José Augusto. Sempre com uma programação voltada para filmes cultuados, mas constantemente obscuros (indo do trash ao experimental, do erótico ao surreal), o evento traz tantos filmes que carregam algumas décadas nas costas quanto os filmes que acabaram de ser lançados, como é o caso de A Centopéia Humana, de 2009.
O diferencial – e a essência – do Cineclube é a discussão pós-filme, visando alimentar o lado crítico de quem participa e a formação de público para determinados gêneros de filmes, cujos espaços nas grandes empresas de cinema são reduzidos.
As sessões da Semana do Filme Cult serão exibidas no Teatro de Cultura Popular (TCP), a partir das 18h30. A programação será composta por seis longas-metragens que vão desde a animação tchecoslovaca Alice (1988), até o noir de John Parker, Dementia (1955). Associados aos longas, também serão exibidos curtas-metragens. A programação se estenderá por toda a semana, de segunda a domingo, contudo, por motivo de pauta do TCP, não haverá sessão na quarta-feira (18).
Programação
16 – Segunda-feira
O HOMEM DE PALHA
(1973) Direção: Robin Hardy Com Edward Woodward, Christopher Lee, Britt Ekland.Policial é chamado a vilarejo em ilha para investigar desaparecimento de menina e se depara com macabro culto.
17- TERÇA-FEIRA
PALHAÇOS ASSASSINOS
(1989)
Direção: Victor Salva Com Nathan F. Winters, Brian McHugh, Sam Rockwell. Três irmãos isolados numa casa sãoameaçados por três dementes foragidos que roubam fantasias de palhaços de circo.
19 - QUINTA-FEIRA
DEMENTIA
(1955)
Direção: John Parker
Com Adrienne Barrett, Bruno VeSota, Ben Roseman. Mulher desperta num quarto de hotel barato e encontra diversos personagens noite adentro que a aterrorizam por circunstâncias ligadas a um passado sombrio.
20 - SEXTA-FEIRA
ALICE
(1988) - foto acima.
Direção: Jan Svankmajer. Com KristýnaKohoutová Bizarra adaptação do Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, na qual, à exceção da protagonista, todo o casté de fantoches manipulados pelo realizador.
21- SÁBADO
OS OLHOS SEM ROSTO
(1960) Direção: Georges Franju Com Pierre Brasseur, AlidaValli, Juliette Mayniel.
Brilhante cirurgião rapta jovens com a finalidade de remover partes de seus rostos e implantá-las no de sua filha desfigurada.
22-DOMINGO
A CENTOPEIA HUMANA
(2009) Direção: Tom Six Com Dieter Laser, Ashley C. Williams, AshlynnYennie. Cientista louco sequestra trio de turistas a fim de “remontá-los” como uma nova espécie de animal: uma centopéia humana formada pela emenda de suas bocas com seus retos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Em Cannes, filme pornô e em 3D de Hong Kong é tudo, menos pornô; veja trailer


Mariane Morisawa, enviada do portal Ig a Cannes


Ficção científica, ação, animação, documentário... E agora, filme pornográfico. Será que o 3D vai mesmo dominar o mundo? O filme de Hong Kong “Sex and Zen: Extreme Ecstasy”, de Christopher Sun Lap Key, que está sendo vendido no mercado do Festival de Cannes 2011, lotou a sala do cinema Arcades na tarde desta sexta-feira (13).
Primeiro, a parte chata: os efeitos de 3D resumem-se, basicamente, a algumas coisas voando em direção ao espectador. Nada muito pornográfico, diga-se. Aliás, o mais correto seria chamar o longa-metragem de erótico soft. Não há cenas de penetração, e os nus dos genitais, com uma ou duas exceções, são em planos bem abertos (bem de longe, portanto). A produção, mais cara do que é comum para o gênero, ainda tem historinha. Verdade que é uma historinha surreal, mas tem.
Agora, a parte divertida: um homem casado e com ejaculação precoce começa a frequentar bordéis para aprender uns truques. Depois de conhecer uma espécie de feiticeiro, com um pênis tão grande que enrola na perna, resolve se submeter a um transplante de seu membro – como ninguém vai querer trocar com o seu minúsculo, ele resolve que vai ganhar o de um cavalo. Tudo dá errado,claro. Enquanto isso, sua mulher diverte-se com o entregador de carvão.
“Sex and Zen: Extreme Ecstasy” divertiu a plateia com sua pegada bem cômica e cenas absurdas como a da transa pendurada em correntes ou da própria aparição do feiticeiro com pênis gigante. Como filme, é uma bobagem. Como curiosidade, é nota dez.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cena de "Persepolis" tirando onda com "Rocky 3"

Uma das melhores cenas da animação francesa "Persepolis". Uma brincadeira com a canção "Eye of the tiger", da banda Survivor, para o filme "Rocky 3". A canção é interpretada pela atriz franco-italiana Chiara Mastroanni, filha de Marcelo e de Catherine Deneuve. A animação narra a infância e crescimento de uma menina rebelde no Irã da Revolução Islâmica e vale a pena ser visto.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Seis filmes têm a missão de tirar Palma de Ouro da Europa


Mariane Morisawa

A Europa tem 70% de chances de levar a Palma de Ouro neste Festival de Cannes 2011, que traz uma programação forte em sua 64ª edição, que se estende desta quarta-feira (11) a 22 de maio. Se no ano passado uma esquadra asiática tomou conta da competição – e levou o prêmio máximo, com “Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas Passadas”, de Apichatpong Weerasethakul –, em 2011 o Oriente comparece apenas na figura dos japoneses “Hanezu no Tsuki”, de Naomi Kawase, e “Ichimei”, de Takashi Miike, e do israelense “Hearat Shulayim”, de Joseph Cedar.
Já a Oceania concorre com o australiano “Sleeping Beauty”, de Julia Leigh, e a América, com os norte-americanos “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick, e “Drive”, de Nicolas Winding Refn. São esses seis filmes que tentam a difícil missão de tirar a Palma de Ouro dos europeus, que competem com nada menos que 14 filmes – quatro franceses, sem contar as coproduções, mais representantes de Turquia, Itália, Espanha, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Áustria e Reino Unido.
Depois de uma ausência total de diretoras na competição do ano passado, em 2011 há a presença de quatro cineastas mulheres, um recorde: a japonesa Naomi Kawase (com “Hanezu No Tsuki”), a francesa Maïwenn (“Polisse”), a australiana Julia Leigh e a britânica Lynne Ramsay (“We Need to Talk About Kevin”).
Dois estreantes disputam a Palma de Ouro e a Caméra D’Or, prêmio dado a cineastas em primeiro filme eleito entre todas as seções oficiais e paralelas: a já citada Julia Leigh e o austríaco Markus Schleinzer, que foi diretor de elenco de filmes de Michael Haneke e agora debuta na direção com “Michael”. Eles tentam roubar a Palma de Ouro de veteranos como Lars Von Trier, vencedor por “Dançando no Escuro”, que volta com “Melancolia”; Nanni Moretti, ganhador por “O Quarto do Filho”, que concorre por “Habemus Papam”; e Jean-Pierre e Luc Dardenne, premiados por “Rosetta” e “ A Criança”, que tentam a façanha do terceiro troféu com “Le Gamin au Vélo”. Outro veterano do festival é o espanhol Pedro Almodóvar, que retoma sua parceria com Antonio Banderas no suspense "La Piel que Habito".
O júri que escolherá o vencedor da Palma de Ouro e dos demais prêmios da competição oficial é presidido pelo ator Robert De Niro e composto pelo cineasta francês Olivier Assayas, pela atriz argentina Martina Gusman, pelo diretor do Chade Mahamat-Saleh Haroun, pelo ator inglês Jude Law, pela produtora de Hong Kong Nansui Shi, pela atriz americana Uma Thurman, pelo diretor de Hong Kong Johnnie To e pela roteirista norueguesa Linn Ullmann.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tudo está bem, insiste Maria Madalena. Não para Judas...


"Tudo está bem, sim, tudo está bem", insiste Maria Madalena, que alivia Jesus com unguento. Os discipulos descansam e comem. Tudo está bem. Não Para Judas, que questiona Madalena argumentando (com certa razão, convenhamos) que o dinheiro do caro unguento poderia ser distribuído para os pobres... na versão de Tim Rice e Andrew Lloyd Weber (direção do filme é de Normal Jewison) o bate boca entre Jesus e Judas (que na Biblia tem duas versões contraditórias) torna-se uma das grandes cenas do filme.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A animação visceral e criativa de Jan Svankmajer

Com prazer e surpresa percebi na programação da semana de filmes Cult a ser promovida pelo Cineclube Natal http://cineclubenatal.blogspot.com/ de 16 a 22 de maio, o filme "Alice", do tcheco Jan Svankmajer. O cidadão é animador e cineasta de primeira, com longas e curtas instigantes, provocativos e criativos. Seus longas "O pequeno Otik" e "Fausto" são sensacionais. Os curtas de animação são viscerais e simples, cheios de idéias. Como um dos meus favoritos, o "Amor carnal", aí acima.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cena clássica de o Picolino: Fred Astaire cantando "Cheek to cheek" para Ginger Rogers

Cena das mais belas da história do cinema. Fred Astaire cantando "Cheek to cheek" para Ginger Rogers (mais linda do que nunca neste filme), sua partner em diversos musicais clássicos. Nesta comédia musical "Top hat" ("O picolino"), tudo funciona, mas a cena final ainda é das melhores coisas já feitas no cinema norte-americano na opinião deste blogueiro-cinéfilo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Crash - Estranhos prazeres": A frieza erótica e a perversão de Cronnerberg

Pessoas que se excitam sexualmente com acidentes de carro e ferimentos resultantes destes acidentes. Este é o conceito e ponto de partida deste filme perturbador do canadense David Cronnerberg. Certo que o homem fez outras coisas igualmente (ou mais) mórbitas, como "Gêmeos-Móbida semelhança" e "Rabid" (além de ótimos filmes como "A mosca" e "Sacanners") mas nada como este "Crash" (nada a ver com o filme homônimo feito dez anos depois que para mim é superestimado e levou absurdamente o Oscar de filme em um ano que tinha "Brokeback Mountain" e "Boa noite e boa sorte" na disputa! Mas, voltemos a Cronnenberg. Com atuações brilhantes, um clima frio e um erotismo esquisito (alçgo explícito, mas, essencialmente frio), "Crash" é filme para poucos e capaz de provocar enjôos em marinheiros de pouca viagem cinematogáfica. Acima, o trailler do filme.