Cefas Carvalho
Considerada uma das mais nobres categorias do Oscar, aquela que premia a criatividade e as idéias, a premiação para Roteiro Original funciona muitas vezes como prêmio do consolação ou reparação para filmes brilhantes que, por uma ou outra razão, são negligenciados nos Oscars de melhor filme e direção. É o caso de Neil Jordan, vencedor do prêmio em 1992 por Traídos pelo desejo e Jane Campion (O piano, em 1993).
Por vezes, o Oscar de roteiro surpreende e vai para
uma improbabilidade em outra língua (EUA detestam filme idioma não inglês e
detestam ler legendas) como no caso de Pedro Almodovar em 2002 com Fale com
Ela. Um homem, uma mulher ganhou com Claude Lelouch em 1966. Roteiristas-diretores
como Federico Fellini e Ingmar Bergman foram várias vezes indicados para o Oscar
da categoria.
Tanto nhemnhemnhem para registrar que meu favorito ao
oscar de Roteiro Original este ano é o austríaco Michael Haneke, por Amor. Ele
concorre com dois roteiristas já premiados (Quentin Tarantino por Django Livre e
Mark Boal por A hora mais escura - já venceram respectivamente com Pulp Fiction e Guerra ao terror), um que merece um Oscar há quase uma década (Wes
Anderson pelo maravilhoso Moonrise Kingdom) e um que corre por fora por um
filme tido como mediano. (John Gatins por O vôo). Enfim, seria mais quer
merecido uma estatueta para o roteiro rico em detalhes e entrelinhas de Haneke
e sua investigação sobre o doloroso processo de envelhecimento e sobrea a
verdadeira natureza do amor.
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