sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nem só de Pokemons e Disney vive a animação

Cefas Carvalho

É certo que a Pixar lança animações fantásticas (“Toy Story” e “Procurando Nemo” são meus favoritos) e que de vez em quando um grande estúdio acerta a mão em animações que agradam crianças e não envergonham o cérebro dos adultos que os têm (“Shrek”, claro). Mas, a verdade é que, assim como venho fazendo em relação a filmes há uns bons anos, também em relação a animações venho me afastando dos habituais mega-lançamentos dos estúdios americanos e iniciei um “garimpo” a coisas mais originais, autênticas e, sobretudo, de mais qualidade.
Meus filhos, Pedro (adolescente de 14 anos que ainda adora animação) e Ananda, de 8, vem aprovando minha nova mania cinéfila. E o garimpo vem sendo produtivo e nem tão difícil quanto se poderia esperar. Jóias como “As bicicletas de Belleville” e “Wallace e Gromitt” ganharam fama e prêmios. Uma glória foi descobrir Mizao Miyazaki (de “A viagem de Chiriro” e “O castelo animado”), já idolatrado pelos meus filhos, de quem achei o fantástico “Porco Rosso”, dos anos 80.
Recentemente duas animações recentes me encantaram: “Persepolis” e “Mary & Max”. O primeiro, premiado em Cannes e indicado ao Oscar, trata-se de uma animação francesa basicamente em preto e branco. É a história autobiográfica de Marjane Satrapi, menina iraniana que cresce durante a Revolução Islâmica. A animação fala sobre política, amadurecimento, família e religião. Como a menina Marjane, hiperativa, falante e esperta, lembra minha princesa Ananda, “Persepolis” ainda ganhou pontos comigo.
Já “Mary & Max”, animação australiana á moda antiga, é uma pérola. Estranho, adulto e inquietante, ele fala sobre a amizade à distância de uma menina de 10 anos e um senhor de 44. Ambos solitários e com vidas não convencionais.
O próxima pepita a ser garimpada é “O segredo dos Kells”, animação irlandesa que concorreu ao Oscar e fala sobre mitos celtas. “Madagascar 3 ou 4”, desenhos japoneses ultra-violentos e os xaropes musicais da Disney? Por ora, não, obrigado!

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