Despretensiosa comédia francesa de 2010 do quase estreante Marc Fitoussi, Copacabana tem como atração maior a musa Isabelle Huppert era daqueles filmes que eu pouco ou nada desejava assistir. Contudo, fi-lo (como diria Jânio Quadros) nessa tarde de sábado pela única razão de querer me embriagar de cinema francês atual e que esse era o que estava à mão. E acabei tendo uma grata surpresa.
Não que o filme seja uma maravilha nem o cineasta um novo Truffaut, nada disso. Mas, o filme é de uma simplicidade e sinceridade imensas, não tem falhas de roteiro e mostra uma Isabelle bem distante dos seus papéis quase sempre densos e mórbidos (Madame Bovary, A professora de Piano, Minha mãe, Um assunto de mulheres entre tantos outros).
A musa no filme é Babou, uma mulher alegre, extrovertida e irresponsável que está desempregada e vive em conflito com a filha convencional, Esmeralda (vivida pela bela e talentosa Lolita Chammah, filha de Isabelle na chamada vida real). Desse conflito, surge o estopim para uma possível mudança na vida da ex-hippie.
Sem soluções fáceis, sem clichês, mas com descontração e bom humor, Fitoussi analisa a relação mãe e filha e na possibilidade de se mudar a própria vida (ou não).
Ah, para quem estranhar o título, Babou é obcecada com a música e a cultura brasileira, e a trilha sonora é toda formada por sambas (destaque para a cena com uma versão de Cotidiano, de Chico Buarque). Filme mais que recomendado para um sábado à tarde de quase chuva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário