Cefas Carvalho
Divulgado o resultado da premiação do Festival de Cannes, neste domingo dia 26, fica uma agradável sensação que o bom cinema e as ideias foram premiadas. Claro, nenhum cinéfilo viu os filmes - salvo os correspondentes que estavam em Cannes, nas premiéres das películas - mas, na base do sei que vou gostar e afinidades com diretor e trama, já dá para se ter um bom painel sobre a justiça da premiação e o que podem os aguardar nos próximos meses.
Quando saiu a lista dos concorrentes, minhas atenções ficaram nos novos filmes de Asghar Fahadi (de A separação), nos novos dos Irmãos Coen e François Ozon, favoritos meus, e no novo do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche (de O segredo do grão e Vênus negra, dois filmes maravilhosos). Com as críticas resultantes das exibições, percebeu-se que a ode ao country-folk em p&b dos Coen (Inside Lyllwin Davis) e o drama sobre o romance entre duas adolescentes de Kechice (A vida de Adele) eram os favoritos. Pois deu o segundo filme. Mesmo com o júri presidido por Steven Spielberg, diretor genial, mas, pudico e sem maiores ousadias, venceu o filme estrelado por Léa Seydoux (atriz em ascenção meteórica que pôde ser conferida em Natal semana retrasada no bom Adeus, minha rainha) e iniciante Adèle Exarchopoulos, em um momento político interessante na França (o casamento homoafetivo foi aprovado no país há duas semanas). Spielberg negou que a decisão tenha sido política. "Para nós, é uma grande história de amor", disse.
O Grande Prêmio do Júri, segundo lugar, ficou com a comédia dos irmãos Coen, sobre um cantor de folk fracassado na Nova York dos anos 60. O ator Oscar Isaac, que vive o Llewyn do título, recebeu o prêmio em nome dos diretores. O Prêmio do Júri, espécie de terceiro colocado, ficou com o japonês "Like Father, Like Son" (Tal pai, tal filho), de Hirokazu Kore-Eda, drama sobre duas famílias que descobrem que seus filhos foram trocados na maternidade há seis anos.
O veterano Bruce Dern ( de Amargo regresso) levou a Palma de melhor ator pelo papel do velhinho que imagina ter ganhado na loteria em Nebraska, de Alexander Payne A francesa Bérénice Bejo, de "O Artista", venceu a Palma de melhor atriz por Le Passé, de Farhadi. O mexicano Amat Escalante surpreendeu ao ficar com o prêmio de Melhor Diretor pelo violento Heli, história de um jovem cuja família desmorona depois que a irmã mais nova se envolve com um jovem militar ligado ao narcotráfico.
O chinês Jia Zhangke ficou com o prêmio de melhor roteiro por A Touch of Sin, que flerta com os filmes de samurais e no qual filma pela primeira vez cenas de violência e sangue.
Com informações do UOL Cinema
Nenhum comentário:
Postar um comentário