Devoto declarado de Christophe Honoré, jovem diretor francês, assisti no fim de semana o último filme dele, de 2011, "Os bem amados" (Les bien-aimés). Como os leitores deste blog e os amigos sabem há muito, não paro um segundo para raciocinar se os filmes do cidadão são bons ou ruins ou procuro falhas nele. Gosto e pronto. Tenho com filmes a mesma relação que tenho com mulheres: se tenho afinidade e "bate" algo em mim, pronto, gostei! Não sei separar tipo "ah, o filme é ruim, mas a fotografia é legal" ou "O diretor é bom, mas o roteiro poderia ser melhor", da mesma forma que não entendo os amigos que acham uma mulher linda mas criticam as pernas dela. Dito isso, vamos à resenha (?) do filme. Trata-se de uma revisita de Honoré a todos os temas que lhe são caros e com o estilo "musical" de "Canções de amor", só que de forma mais ambiciosa. É dificil fazer uma síntese do filme sem ser spoiller (quem revela mistérios e cenas chaves dos filmes). O ponto de partida é o encontro de Magdeleine, que trabalha numa sapataria e se prostitui nas horas vagas, com Jaromil, jovem médico tcheco, na França dos anos 60. A partir daí, o filme adentra um carrossel de amores, intrigas, separações que chega até os dias atuais. Como em "Canções de amor", o filme começa de uma maneira, adentra por outra e termina de uma terceira, o que é habitual no diretor. Um balde de citações, auto-citaçôes, homenagens e curiosidades cercam o filme. Claro que boa parte da "panelinha" do diretor está em "os bem amados": Louis Garrel (que participou de 6 dos 8 filmes de Honoré), Chiara Mastroiani - mais linda do que nunca - e Ludvine Sagnier. Claro, as canções - belíssimas - são de Alex Beaupin, "compardre" de Honoré. A musa eterna Catherine Deneuve volta a cantar em um filme, após "Os guarda chuvas do amor", de 1965. O diretor Milos Forman ("Amadeus", "Um estranho no ninho") tem um papel chave na trama. E, em uma das canções mais lindas do filme, uma homenagem explicita a Morrissey e a banda The Smiths, com Chiara Mastroiani cantando o verso "Heaven knows I´m miserable now" (nome de uma das canções mais conhecidas da banda inglesa). Tem homenagem a Bo Diddley com uma banda de bar executando "Who do you love?". Enfim, um filme para iniciados, para fãs do diretor e para quem está disposto a entrar em um universo totalmente pessoal, tanto temático quando estético. Abaixo, a cena em que Chiara e Paul Schneider cantam "Qui aimes-tu?", em francês e inglês pelas ruas de Londres.
domingo, 13 de maio de 2012
Novo filme de Honoré, "Os bem amados" retoma temas, estilos e "panelinha" do diretor
Cefas Carvalho
Devoto declarado de Christophe Honoré, jovem diretor francês, assisti no fim de semana o último filme dele, de 2011, "Os bem amados" (Les bien-aimés). Como os leitores deste blog e os amigos sabem há muito, não paro um segundo para raciocinar se os filmes do cidadão são bons ou ruins ou procuro falhas nele. Gosto e pronto. Tenho com filmes a mesma relação que tenho com mulheres: se tenho afinidade e "bate" algo em mim, pronto, gostei! Não sei separar tipo "ah, o filme é ruim, mas a fotografia é legal" ou "O diretor é bom, mas o roteiro poderia ser melhor", da mesma forma que não entendo os amigos que acham uma mulher linda mas criticam as pernas dela. Dito isso, vamos à resenha (?) do filme. Trata-se de uma revisita de Honoré a todos os temas que lhe são caros e com o estilo "musical" de "Canções de amor", só que de forma mais ambiciosa. É dificil fazer uma síntese do filme sem ser spoiller (quem revela mistérios e cenas chaves dos filmes). O ponto de partida é o encontro de Magdeleine, que trabalha numa sapataria e se prostitui nas horas vagas, com Jaromil, jovem médico tcheco, na França dos anos 60. A partir daí, o filme adentra um carrossel de amores, intrigas, separações que chega até os dias atuais. Como em "Canções de amor", o filme começa de uma maneira, adentra por outra e termina de uma terceira, o que é habitual no diretor. Um balde de citações, auto-citaçôes, homenagens e curiosidades cercam o filme. Claro que boa parte da "panelinha" do diretor está em "os bem amados": Louis Garrel (que participou de 6 dos 8 filmes de Honoré), Chiara Mastroiani - mais linda do que nunca - e Ludvine Sagnier. Claro, as canções - belíssimas - são de Alex Beaupin, "compardre" de Honoré. A musa eterna Catherine Deneuve volta a cantar em um filme, após "Os guarda chuvas do amor", de 1965. O diretor Milos Forman ("Amadeus", "Um estranho no ninho") tem um papel chave na trama. E, em uma das canções mais lindas do filme, uma homenagem explicita a Morrissey e a banda The Smiths, com Chiara Mastroiani cantando o verso "Heaven knows I´m miserable now" (nome de uma das canções mais conhecidas da banda inglesa). Tem homenagem a Bo Diddley com uma banda de bar executando "Who do you love?". Enfim, um filme para iniciados, para fãs do diretor e para quem está disposto a entrar em um universo totalmente pessoal, tanto temático quando estético. Abaixo, a cena em que Chiara e Paul Schneider cantam "Qui aimes-tu?", em francês e inglês pelas ruas de Londres.
Devoto declarado de Christophe Honoré, jovem diretor francês, assisti no fim de semana o último filme dele, de 2011, "Os bem amados" (Les bien-aimés). Como os leitores deste blog e os amigos sabem há muito, não paro um segundo para raciocinar se os filmes do cidadão são bons ou ruins ou procuro falhas nele. Gosto e pronto. Tenho com filmes a mesma relação que tenho com mulheres: se tenho afinidade e "bate" algo em mim, pronto, gostei! Não sei separar tipo "ah, o filme é ruim, mas a fotografia é legal" ou "O diretor é bom, mas o roteiro poderia ser melhor", da mesma forma que não entendo os amigos que acham uma mulher linda mas criticam as pernas dela. Dito isso, vamos à resenha (?) do filme. Trata-se de uma revisita de Honoré a todos os temas que lhe são caros e com o estilo "musical" de "Canções de amor", só que de forma mais ambiciosa. É dificil fazer uma síntese do filme sem ser spoiller (quem revela mistérios e cenas chaves dos filmes). O ponto de partida é o encontro de Magdeleine, que trabalha numa sapataria e se prostitui nas horas vagas, com Jaromil, jovem médico tcheco, na França dos anos 60. A partir daí, o filme adentra um carrossel de amores, intrigas, separações que chega até os dias atuais. Como em "Canções de amor", o filme começa de uma maneira, adentra por outra e termina de uma terceira, o que é habitual no diretor. Um balde de citações, auto-citaçôes, homenagens e curiosidades cercam o filme. Claro que boa parte da "panelinha" do diretor está em "os bem amados": Louis Garrel (que participou de 6 dos 8 filmes de Honoré), Chiara Mastroiani - mais linda do que nunca - e Ludvine Sagnier. Claro, as canções - belíssimas - são de Alex Beaupin, "compardre" de Honoré. A musa eterna Catherine Deneuve volta a cantar em um filme, após "Os guarda chuvas do amor", de 1965. O diretor Milos Forman ("Amadeus", "Um estranho no ninho") tem um papel chave na trama. E, em uma das canções mais lindas do filme, uma homenagem explicita a Morrissey e a banda The Smiths, com Chiara Mastroiani cantando o verso "Heaven knows I´m miserable now" (nome de uma das canções mais conhecidas da banda inglesa). Tem homenagem a Bo Diddley com uma banda de bar executando "Who do you love?". Enfim, um filme para iniciados, para fãs do diretor e para quem está disposto a entrar em um universo totalmente pessoal, tanto temático quando estético. Abaixo, a cena em que Chiara e Paul Schneider cantam "Qui aimes-tu?", em francês e inglês pelas ruas de Londres.
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Já deu vontade de ver amigo! E que LINDA a Chiara esta, hein? Panelinha muito bem elaborada a do Honoré. Saudade dos filmes dele.
ResponderExcluirChiara está linda e ótima atriz no filme. É bom ver Deneuve cantando 40 anos após "Les paraplues de Cherbourgh". Se quiser, te empresto o filme. Vais gostar com certeza.
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